Dinheiro e Negócios

O que é o mercado financeiro e como ele funciona na prática

Fonte(s): UOL, Exame, Folha, InfoMoney 1 leituras
O que é o mercado financeiro e como ele funciona na prática
CM Capital

O mercado financeiro reúne empresas, bancos, fundos de investimento, investidores individuais e grandes instituições, brasileiras e estrangeiras, que negociam ações, derivativos, moedas como o dólar, contratos de juros futuros, títulos públicos e dívidas corporativas, entre outros ativos. Ele funciona em ambientes organizados de negociação, físicos e eletrônicos, em que compradores e vendedores se encontram para trocar esses papéis e definir preços em tempo real. Embora a definição clássica aponte para esse “lugar” de negociação, na prática o termo passou a ser usado também para designar os próprios agentes que colocam e retiram dinheiro desses ativos diariamente.

A partir dos anos 1990, o mercado financeiro ganhou dimensão muito maior do que a chamada economia real, que envolve diretamente a produção de bens e serviços. O avanço das bolsas, dos bancos, dos fundos e das plataformas eletrônicas de negociação fez com que o volume de recursos movimentado por esses agentes chegasse a cerca de cinco vezes o PIB global por ano, com uma dinâmica própria de compra e venda. Esse movimento é influenciado por expectativas sobre inflação, juros, crescimento econômico, decisões de governo e eventos políticos, o que explica por que anúncios de políticas públicas ou resultados de eleições costumam provocar alta ou queda imediata de ações, dólar e juros futuros.

Quando se afirma que o mercado “gostou” ou “não gostou” de determinada medida, trata-se de um atalho para dizer que os aplicadores, que decidem diariamente onde alocar o próprio capital ou o dinheiro de terceiros, reagiram positiva ou negativamente. Segundo especialistas em finanças, esse conjunto inclui desde pessoas físicas que investem pela primeira vez, até grandes fundos internacionais e multinacionais com operações espalhadas pelo mundo. Cada ordem de compra ou venda enviada por esses agentes, em conjunto, forma o comportamento agregado do mercado e se traduz em oscilações de índices de bolsa, taxas de câmbio e juros, muitas vezes em questão de segundos.

O que é o mercado financeiro e como ele funciona na prática
InfoMoney

A infraestrutura que permite esse funcionamento inclui bolsas de valores e mercados de balcão. No Brasil, as negociações centralizadas de ações ocorrem na B3, que atua como principal instituição de intermediação do mercado de capitais, provendo sistemas para negociação de ações, derivativos, títulos públicos e privados, moedas e commodities agropecuárias. Nessa estrutura também existe o mercado de balcão, no qual são feitas compras e vendas de ações e outros títulos fora do ambiente de bolsa, com registro e fiscalização da CVM, mas com menos exigência de divulgação contínua das condições dos negócios em comparação ao mercado de bolsa.

O comportamento desse sistema afeta diretamente a economia porque influencia o custo de financiamento de empresas e governos, o valor de mercado das companhias listadas e o câmbio, que impacta preços de importados e exportações. Em um cenário de maior otimismo, aumentam as emissões de ações e de dívidas e tende a ficar mais barato captar recursos para investir e gerar empregos. Em momentos de pessimismo, a migração para ativos considerados mais seguros eleva juros, reduz crédito e encarece o custo de capital, o que pode frear investimentos e consumo, com reflexos na atividade econômica do país.

Os próximos passos do mercado financeiro dependem das expectativas em relação à trajetória da economia e das decisões de política monetária e fiscal nos principais centros mundiais. Enquanto investidores recalculam riscos em função de indicadores de inflação, crescimento e endividamento público, a tendência é que a volatilidade siga elevada em períodos de incerteza política e econômica. Para o investidor e para o cidadão comum, compreender quem são os agentes que formam o mercado e como esse sistema reage a mudanças de cenário é condição cada vez mais importante para proteger o patrimônio e planejar decisões financeiras de médio e longo prazo.

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