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IA, óculos inteligentes e conectividade aceleram revolução tecnológica em 2025 e ampliam impactos econômicos e ambientais

Fonte(s): CNN Brasil, Exame, Valor, G1 1 leituras
IA, óculos inteligentes e conectividade aceleram revolução tecnológica em 2025 e ampliam impactos econômicos e ambientais
Ikusi

O ano de 2025 consolida uma virada na forma como as pessoas interagem com o mundo digital, com a inteligência artificial aplicada à criação de conteúdo visual e a popularização de dispositivos vestíveis, especialmente óculos inteligentes, ganhando protagonismo. A combinação de vídeos gerados por IA com realismo crescente e telas integradas a acessórios do dia a dia altera a maneira de consumir informação, entretenimento e serviços, ao mesmo tempo em que amplia o potencial de uso da realidade aumentada e de experiências imersivas no cotidiano pessoal e profissional. Em paralelo, a expansão da conectividade de alta velocidade, com redes 5G já em operação e preparativos para o 6G, cria a infraestrutura para novas aplicações em internet das coisas, cidades inteligentes e ambientes híbridos entre físico e digital.

O avanço recente decorre de um movimento mais longo de evolução tecnológica, que se intensificou nas últimas décadas. Desde os anos 1970, sucessivas ondas de inovação vêm transformando a forma de viver, trabalhar e se comunicar, com destaque para o salto observado a partir dos anos 1990, quando a inteligência artificial passou a emergir como força central. A IA, antes restrita a pesquisas e aplicações muito específicas, ganhou escala em diagnósticos médicos, serviços digitais, assistentes virtuais em smartphones e casas conectadas. Em 2024, essa trajetória se acelerou com a integração massiva da IA generativa em setores como saúde, varejo, educação e entretenimento, preparando o terreno para um 2025 marcado por ferramentas mais sofisticadas, capazes de processar texto, imagens e vídeos de forma simultânea, e de gerar conteúdos cada vez mais difíceis de distinguir da produção humana.

Empresas de tecnologia e especialistas destacam que o impacto não se limita à experiência do usuário final, mas se reflete em resultados econômicos concretos. Levantamentos do setor apontam que o mercado brasileiro de tecnologia cresceu 22% no segundo trimestre de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionado por soluções baseadas em IA, pelo avanço do metaverso como espaço híbrido entre o físico e o digital e pela difusão de aplicações em realidade aumentada e virtual para treinamentos corporativos, saúde e entretenimento. A expectativa é de que, em 2025, esse movimento ganhe força com a ampliação da conectividade ultrarrápida via 5G e com os testes e preparações para o 6G, abrindo espaço para novas aplicações em internet das coisas, cidades inteligentes, biotecnologia e interfaces cérebro-computador, com foco em saúde e acessibilidade.

IA, óculos inteligentes e conectividade aceleram revolução tecnológica em 2025 e ampliam impactos econômicos e ambientais
Universitat Carlemany

A inteligência artificial multimodal desponta como uma das tendências centrais desse novo ciclo, permitindo o processamento conjunto de diferentes tipos de dados, como texto, imagens e vídeos, e viabilizando assistentes mais contextuais e sistemas de análise sofisticada em tempo real. Ao lado da IA, outras tecnologias emergentes, como realidade simulada, robótica, baterias avançadas, visão computacional, edge computing, blockchain, gêmeos digitais e impressão 3D, compõem o ecossistema que sustenta a digitalização acelerada de indústrias, serviços e da própria infraestrutura urbana. Especialistas também apontam a importância crescente de soluções de cibersegurança capazes de lidar com ameaças em um cenário de computação mais potente, inclusive com pesquisas em segurança pós-quântica, e de inovações em eficiência energética para reduzir o custo e o impacto ambiental dessa expansão.

O custo ambiental da transformação digital, porém, se torna um dos grandes desafios do período. Datacenters responsáveis por hospedar serviços de nuvem, sistemas de IA e plataformas de streaming já respondem por quase 5% do consumo de energia dos Estados Unidos, proporção que chega a 20% na Irlanda, e pressionam recursos hídricos em países como o Chile, onde aquíferos estão sob ameaça com a expansão da infraestrutura tecnológica. Profissionais de sustentabilidade do setor explicam que há esforços para mitigar esses efeitos, como a adoção de telhados cobertos por placas solares e outras fontes renováveis, mas estimativas indicam que, nos próximos cinco anos, o uso de energia por datacenters deve mais do que dobrar, superando o consumo elétrico atual de países inteiros, como o Japão. Especialistas em tecnologia alertam que a popularização de ferramentas de IA generativa também tem custo direto: cada interação com grandes modelos consome uma quantidade significativa de energia e água para resfriamento, o que escala rapidamente em uso massivo.

Na prática, o avanço tecnológico em 2025 traz benefícios concretos, como atendimento médico remoto mais acessível, experiências de aprendizagem personalizadas, automação de tarefas repetitivas e serviços digitais mais avançados, mas exige atenção redobrada a temas como privacidade, segurança de dados, inclusão digital e sustentabilidade ambiental. Para o cidadão comum, isso se traduz em dispositivos mais conectados, interfaces mais intuitivas e experiências digitais imersivas, mas também em contas de energia e infraestrutura urbana potencialmente pressionadas pelo aumento da demanda elétrica, além de debates regulatórios sobre o uso responsável da IA e a proteção de recursos naturais. O setor de tecnologia projeta manter o ritmo de crescimento em 2025, com perspectivas consideradas positivas, enquanto governos, empresas e sociedade discutem regras, metas de eficiência energética e formas de equilibrar inovação e redução de impacto ambiental. Nos próximos anos, as decisões sobre investimentos em infraestrutura, regulação de inteligência artificial, políticas climáticas e modelos de negócios sustentáveis devem definir se a revolução tecnológica conseguirá se manter como motor de desenvolvimento sem agravar de forma irreversível a pressão sobre o planeta.

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